17/04/2024 às 16h23min - Atualizada em 18/04/2024 às 00h00min

Tem arame na sua cerveja

Viviane Righetti Passerini
Crédito: Simon Delacre - Pixabay

Por Guilherme Vianna, doutor em medicina veterinária pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e gerente de negócios da Belgo Arames. 

Fique calmo! O título deste artigo não é um alerta ou um motivo de preocupação: sua saúde não está em risco, tampouco a qualidade da bebida. Muito pelo contrário. O uso de arames é fundamental para a plantação de lúpulo (Humulus lupulus), planta trepadeira, cujos cones florais são essenciais na produção de cerveja. Esses cones contêm resinas e óleos voláteis que contribuem para dar o famoso sabor amargo e aromático do líquido alcoólico, além de proporcionar estabilidade à espuma e ajudar sua conservação. 

Como o lúpulo é uma trepadeira, isso significa que ela cresce verticalmente. Por isso, os arames são instalados em fileiras ao longo de toda a área de cultivo para fornecer suporte às plantas, conforme elas crescem. Os brotos se enrolam em torno dos arames, permitindo que as plantas alcancem alturas significativas. Mais do que isso, manter a planta afastada do chão reduz o risco de doenças e pragas, melhora a circulação de ar – favorecendo a prevenção de mofo e fungos, por exemplo – e facilita a colheita, seja esta manual ou mecânica. 

A produção desse cultivo ainda é um território a ser explorado no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo), em 2023, 88 toneladas foram colhidas no país. Isso representou crescimento de 203% em comparação à safra de 2022. Apesar do avanço, o volume produzido ainda é baixo. Afinal, bem mais de 3 mil toneladas são importadas por ano, conforme dados do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Para comparação, nos Estados Unidos, maiores produtores globais, a produção supera 50 mil toneladas ao ano. 

O cultivo requer condições específicas, como clima temperado com verão ameno, inverno frio, conjugado com luz solar adequada, solo bem drenado e água de boa qualidade. Embora isso seja realidade no Sul do Brasil, o clima tropical predominante no país pode representar desafios. No entanto, com pesquisa científica, desenvolvimento de variedades adaptadas e técnicas de cultivo adequadas, pode-se perfeitamente explorar o potencial econômico-financeiro do lúpulo. 

Um estudo conduzido pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP), da Universidade de São Paulo (USP), mostrou que os lúpulos desenvolvidos em solo nacional possuem qualidade equiparável aos importados. Nesse cenário, investir no cultivo de lúpulo tornou-se algo bastante atrativo e interessante. Contudo, é preciso estar atento às características específicas da trepadeira, que, assim como a uva, requer cuidados especiais. Para se desenvolver em qualidade e quantidade exige-se arames em seu cultivo, de forma a mitigar riscos, incluindo quedas da planta sofridas por ventanias ou ainda chuvas fortes. E, nesse sentido, voltamos ao título deste texto. 

Para ter sucesso na plantação de lúpulo, dois tipos de arames são fundamentais. A interligação dos postes exige cordoalhas resistentes e duráveis. Esse tipo de produto, como Belgo Cordaço®, ajuda a reduzir o uso de madeira em 60% da área de cultivo. Já para a sustentação das trepadeiras, é preciso utilizar tecnologias com alta resistência à tração contra o desgaste causado por agentes corrosivos comumente utilizados no manejo agrícola. Para este caso, Belgo Frutifio® oferece três vezes mais zinco em sua composição, suportando até 500kgf de impacto. Com esses dois produtos, a parreira de lúpulo terá duração e resistência de acordo com as expectativas do produtor e da produtora. 

A Belgo Arames, líder no mercado brasileiro de arames de aço, tem se dedicado a atender os produtores com soluções para ampliar o mercado de lúpulo, reduzindo a dependência externa e maximizando a oferta do ingrediente local na indústria de bebidas. Arames de qualidade também contribuem para a cerveja de qualidade. Um brinde! 


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