Mortes trágicas e prematuras como a mais recente, do ator Matthew Perry, sugerem que a própria fama pode ser um fator de risco. O ator de Friends foi encontrado sem reação numa banheira de hidromassagem na sua casa em Los Angeles. As lutas passadas de Perry com vários vícios eram bem conhecidas - ele escreveu sobre elas em pormenor no seu livro de memórias - e já tinha sido hospitalizado por uma série de doenças. Outro fim trágico foi o da estrela pop Whitney Houston, encontrada inconsciente numa banheira de um hotel de Beverly Hills em 2012, aos 48 anos (tal como Perry, lutou com problemas de dependência durante muitos anos) .
O mundo cercado pela fama é instigante e um dos principais desafios enfrentados por aqueles que se tornam famosos rapidamente é a perda da privacidade e da liberdade. Essa exposição excessiva pode levar a uma sensação de isolamento e solidão, mesmo quando rodeados por admiradores. E, para completar a sensação de solidão, vem a desconfiança: será que quem está comigo está comigo ou com a minha luz, com meu brilho?
É encantador o mundo da fama e da celebridade. Costuma fascinar a ideia da conquista do sucesso, acentuada a um rápido crescimento e reconhecimento. No entanto, por trás das luzes brilhantes, da prosperidade e da multidão de fãs, muitas vezes encontra-se um caminho repleto de desafios e dores que nem sempre se está preparado para lidar.
Segundo a psicóloga e terapeuta Solange Gomes com mais de 25 anos de experiência, comenta que em atendimento no consultório, ela trabalhou com algumas pessoas que experimentaram a vertiginosa ascensão com posterior colapso pessoal e familiar. É importante destacar que, embora seja um sonho para muitos, a fama súbita pode trazer consigo uma série de riscos e desafios emocionais.
Além disso, a pressão para manter a imagem pública muitas vezes leva a um estresse emocional e psicológico significativo. A constante necessidade de corresponder às expectativas dos fãs, da mídia e da indústria pode levar a um sentimento de desconexão consigo mesmo, resultando em transtornos psicoafetivos. Há muitos exemplos de pessoas que alcançaram o auge e, para não cair, se matam de trabalhar, como por exemplo Michael Jackson(foto) e Ayrton Senna que se arriscaram além da conta.
É importante lembrar que a fama não é sinônimo de felicidade ou realização pessoal, mas é absolutamente possível ser rico, famoso, saudável e pleno dormindo bem e se relacionando bem.
É por isso que é essencial cultivar uma base sólida de apoio emocional, manter os valores e as conexões pessoais como prioridade. J. K. Rowling, que escreveu Harry Potter, um dia foi perguntada o que pretendia fazer para manter o sucesso. A resposta foi fantástica, ela disse que o sucesso de Harry Potter é singular e que não tinha a pretensão de repetir, pois isso a aniquilaria.
Na vida, não podemos agir como se fôssemos vendedores de apólice, que a cada sucesso alcançado dobramos a meta. Na vida, é importante curtir as realizações e entender que em cada grande realização tem esforço pessoal, mas também sorte. A verdadeira felicidade e realização residem na jornada interior, na conexão com os outros e na busca pela autenticidade e pelo equilíbrio emocional.
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