24/07/2024 às 12h46min - Atualizada em 25/07/2024 às 20h00min

O marketing na área da saúde é diferente?

Especialista em direito médico orienta profissionais de saúde no seu marketing para que não caiam em ciladas jurídicas

AS
Comunicação Rafaela Queiroz
Com a evolução das redes sociais, as divulgações de profissionais da área da saúde se tornaram ainda mais fortes e quem fica de fora acaba se tornando invisível para o mundo. Mas, é importante observar que é preciso seguir regras mais rígidas nesse nicho. A advogada, especialista em direito médico, Rafaela Queiroz, explica que as atividades dentro da área da saúde - medicina, odontologia, nutrição, fisioterapia, enfermagem, veterinária e outras - são regidas pelos seus próprios códigos de ética. Sendo assim, as normas específicas devem ser respeitadas conforme a atividade exercida.
No entanto, de acordo com a profissional, alguns pontos podem ser considerados de maneira ampla. “A principal ideia que se deve ter é que toda a postagem, todo anúncio deve ter um cunho principalmente de orientação, de educação, não devendo ser exclusivamente uma propaganda, uma autopromoção do profissional”, explica.
Segundo a advogada, o profissional da área da saúde deve ter em consideração que ele está dentro de uma rede social para passar conhecimentos e informações a respeito dos seus dotes, das suas clínicas, de quais as terapias pratica, mas sem uma promoção publicitária da sua própria atividade. O marketing médico, então, deve ser orientado pela comunicação, com base no interesse público e, via de regra, não deve ter cunho comercial.
Algo importante a observar e citado pela especialista é que, uma regra específica para a divulgação da área da saúde nas redes sociais, é que os perfis devem ter necessariamente, seja qual for o ramo, a informação do registro do profissional, além da informação de suas especialidades. “Esses profissionais podem divulgar tratamentos disponíveis no mercado, podem trazer estudos, avaliações científicas, evidências que mostrem os procedimentos que são usados no seu ramo, indicando o sucesso da sua própria atuação, incentivando bons hábitos, apresentando inovações e recomendações, mas sem direcionar isso a si mesmo”, ressalta.
No que se refere à venda de produtos, medicamentos, suplementos, Rafaela Queiroz explica que é bastante controversa.  Existe a possibilidade de o profissional prescrever determinada substância, determinado suplemento, determinado medicamento, dando opções ao paciente para escolher. Portanto, ele não pode indicar ou não deve indicar apenas um ou fazer uma promoção de apenas um produto. Ele deve direcionar para o que é necessário, podendo, embora, indicar sua predileção por determinada marca, por determinado laboratório, mas não determinando a compra pelo paciente de determinado produto, de determinada substância que ele mesmo forneça.
Da mesma forma, como as redes sociais não podem ser utilizadas para a autopromoção, deve ser evitado o uso de promoções ou sorteios ou fornecimento de procedimentos pelo profissional da saúde como forma de publicidade. “Um médico pode, por exemplo, sortear um livro de receitas ou um livro sobre a terapia que ele usa, mas ele não pode fornecer gratuitamente de forma promocional, por exemplo, uma consulta em um sorteio, por ser considerado isso uma forma de autopromoção”, esclarece a advogada. Em relação à venda de produtos com o nome do profissional de saúde, ela entende também ser vedada, tendo em vista que é preciso dar a oportunidade ao paciente de escolher qual produto usar.
Para concluir, Rafaela cita o maior cuidado recomendado para as divulgações na área da saúde: evitar quaisquer publicações que afetem terceiros, sempre tendo em mente que, quando se dá uma orientação via rede social, o objetivo principal vai ser comunicar a respeito de uma atividade de modo amplo e geral e não enaltecendo a própria pessoa, o próprio médico. “Uma coisa importante é evitar sensacionalismo e garantir de resultados, seja para qualquer profissional da saúde. Eles não devem se comprometer informando e afirmando que podem trazer para o paciente o resultado X ou Y, evitando, principalmente, uma forma de competição entre os colegas e uma promoção de si em detrimento da imagem dos demais”, finaliza.
 

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AMANDA MARIA SILVEIRA
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